Os estudos em torno da história das mulheres e do gênero vêm ocupando espaço cada vez maior e mais sólido nas pesquisas históricas no Brasil desde os anos 1960. O presente trabalho busca fazer uma análise sobre as experiências de mulheres que viveram no cangaço nordestino durante o período de 1916 a 1938. Para tal construção, buscamos as contribuições de autores que analisam essa problemática, tais como Joan Scott (1990), Circe Bittencourt (2004), Durval Muniz (2011), Guacira Lopes Louro (1996), Heleieth Saffiotti (2015), Eric Hobsbawn (2015), Rui Facó (1978), Jörn Rüsen (2001) e José D’Assunção Barros (2020). A análise bibliográfica busca subsídios para fomentar teoricamente e compreender a complexidade do tema, além de propiciar o embasamento de como essa temática aparece nos documentos que enfocam a educação, além de sugerir como fontes escritas e audiovisuais, ampliam e ajudam no processo de ensino-aprendizagem que envolve docentes e discentes no ensino básico de História. Com base nesse percurso de pesquisa, foi elaborada uma proposição didática com sugestões sobre como trabalhar as mulheres que fizeram parte do cangaço dentro das salas de aula do Ensino Fundamental II, já que os livros didáticos de História geralmente abordam de forma superficial essa participação feminina. Para tanto, a construção do conhecimento histórico perpassa o trabalho com as fontes, bem como a compreensão de um espaço e momento composto por nuances sociais, políticas, econômicas e culturais próprias. Para além disso, fornece mais informações sobre os aspectos que compõem a temática, passando pela busca da emancipação feminina na sociedade com a transformação das estruturas que dificultam essa emancipação.