Banca de QUALIFICAÇÃO: AYRTON DE SOUZA LOPES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : AYRTON DE SOUZA LOPES
DATA : 27/08/2024
HORA: 11:00
LOCAL: UESPI
TÍTULO:

O Fantástico na obra Nossa Parte de Noite, de Mariana Enriquez: Subversividade e Resistência.


PALAVRAS-CHAVES:

 Fantástico; Ditadura; Resistência; Mariana Enriquez


PÁGINAS: 76
RESUMO:

A presente pesquisa tem como objetivo analisar a obra Nossa parte de noite (2021) de Mariana Enriquez, com base no fantástico, com o propósito de discutir sobre subversividade e resistência. O premiado romance de Enriquez narra a história de um pai e um filho que atravessam a Argentina resistindo à influência de um culto religioso e burguês chamado de Ordem, o qual utiliza-se de rituais macabros e sacrifícios humanos para fazer
contato com a divindade chamada de Escuridão. Elementos fantásticos estão presentes na narrativa, como as descrições dos rituais macabros, mutilação de corpos e seu caráter mágico, habilidade dos personagens de conversarem com fantasmas, dentre outros. Em meio a tais elementos, a narrativa é marcada por momentos da história argentina em diferentes pontos do país. Nesse sentido, o fantástico e o histórico se entrecruzam, revelando uma faceta dessa modalidade literária que se revela entre o conflito do real e do irreal. Com isso em mente, a pesquisa se dedica a uma análise do contexto sociocultural e político da Argentina, principalmente ao correspondente a mais recente ditadura militar do país, procurando entender de que maneira isso se reflete na obra, objeto da pesquisa. Para isso são utilizados os estudos de Darcy Ribeiro (1983), Novaro e Palermo (2007) e Pilar Calveiro (2013), em que se discutem aspectos da ditadura militar argentina. Sobre literatura produzida durante o regime ditatorial, são mencionadas pesquisas de autores e autoras como Fortunato Mallimaci (1996), Marina Leivas Waquil (2014), Maurício de Bragança (2008), Paloma Vidal (2004), Zuñiga, Queiroga & Guzmán (2021), Margiolakis (2012) e Iglesias (2014). E a respeito da literatura do pós ditadura e de teorias sobre resistência cultural, lê-se Maria Helena Capelato (2006), Izabel Santa Cruz Fontes (2017), Idelber Avelar (2003), e textos como os de Mely González Aróstegui (2001) e Elaine de Almeida (2009). Sobre os estudos do fantástico, lê-se Todorov (1980), Furtado (1980), Bessière (2012), Campra (2008), Jackson (2009), Ceserani (2006) e Roas (2014), passeando pelas teorias do fantástico enquanto gênero, modo e categoria, além de suas implicações na relação do fantástico com a realidade extratextual. Constata-se que em textos fantásticos, o real é apresentado a um estranhamento que questiona a construção de realidade. A partir disso, elementos históricos e culturais se cruzam com acontecimentos e situações insólitas de modo a ressaltar as incoerências do mundo extratextual, revelando em suas estruturas, vozes
silenciadas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CAROLINA DE AQUINO GOMES - UFPI
Interno - 227152 - JOSE WANDERSON LIMA TORRES
Presidente - 110311 - SILVANA MARIA PANTOJA DOS SANTOS
Notícia cadastrada em: 23/08/2024 10:45
SIGAA | Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação - DTIC - | Copyright © 2006-2024 - UESPI - sigaa-aplicacao-1.uespi.br.srv1inst1