O IMAGINÁRIO DISCURSIVO SOBRE A IDENTIDADE NACIONAL NO MANIFESTO ANTROPÓFAGO
Identidade nacional. Imaginário discursivo. Manifesto Antropófago. Sequências discursivas
Sob a óptica da Análise do Discurso (AD) de vertente Materialista, objetivamos analisar o
funcionamento do discurso sobre a nacionalidade no Manifesto Antropófago, publicado na Revista
de Antropofagia (1928-1929), visto que compreendemos o nacionalismo com um acontecimento
discursivo, objeto caro aos estudos discursivos. Empreendemos a análise do arquivo, com a
abordagem qualitativa e natureza bibliográfica. Nos apoiamos nas teorias de Michel Pêcheux (1969;
1983; 1995; 1999) com os pressupostos básicos e essenciais da Análise do Discurso Materialista,
definição de acontecimento discursivo, entre outras contribuições, em correlação com Sírio Possenti
(2009) também sobre acontecimento discursivo; Eni Orlandi (1984; 1993; 2004; 2006; 2012) à
respeito do discurso fundador; dos procedimentos de análise do corpus e outras rotas necessárias
para pesquisas em Análise do Discurso; Barbosa Filho (2022) sobre o estabelecimento do corpus;
Suzy Lagazzy (2009), sobre o recorte do corpus; Alan Lôbo de Sousa (2023) sobre o conceito de
sequências discursivas (SD); Carolina Fernandes e Luciana Vinhas (2019) no tocante à análise de
sequências discursivas; Stuart Hall (2006) em relação à construção e definição da identidade do
sujeito pós-moderno; José Luiz Fiorin (2009) sobre o conceito de nação/identidade nacional; Pierre
Bourdieu (2003) à respeito da interconexão entre nação, identidade nacional e memória coletiva;
Jean-Jacques Courtine (1981) e Pierre Achard (1990) no que concerne ao papel da memória, dentre
outros. Com a interpretação e descrição das SD, identificamos e nomeamos efeitos de sentidos que
engendram o funcionamento do discurso sobre o que era ser brasileiro no período modernista
brasileiro.