Banca de QUALIFICAÇÃO: BRUNA LUIZA DOS REIS PEREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BRUNA LUIZA DOS REIS PEREIRA
DATA : 12/09/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de aula do PPGSC
TÍTULO:

Redes de Sociabilidade e Resistência no Comércio de Escravos de Ganho: A Atuação dos Escravos Urbanos nas Ruas da São Luís Imperial (1830-1840)

PALAVRAS-CHAVES:

Sociabilidade; Resistência; Escravizado; Comércio ubano; São Luís Imperial.

PÁGINAS: 193
RESUMO:

A relevância desta pesquisa está em destacar o comércio urbano como uma perspectiva de análise inovadora e necessária para os estudos sobre escravidão. Ao abordar as táticas empregadas por escravizados de ganho em sua busca por autossustento e autonomia relativa, torna-se possível compreender os embates simbólicos e práticos que ocorriam nas ruas de São Luís, redimensionando o papel desses sujeitos históricos na construção de suas trajetórias e na configuração do espaço urbano da cidade.

O primeiro capítulo busca compreender como essas dinâmicas se estruturavam, levando em conta os códigos de posturas municipais, os registros policiais, os anúncios publicados nos periódicos da época, os relatos de viajantes e as impressões de cronistas. Já o segundo capítulo explora como a cidade de São Luís se configurava enquanto espaço compartilhado e disputado entre diferentes camadas sociais, com destaque para os sujeitos negros que, mesmo sob dominação, reinventavam suas práticas e ocupavam criativamente os espaços urbanos. A partir de fontes como mapas, registros administrativos, estudos historiográficos e obras literárias, pretende-se compreender como as práticas de sociabilidade e resistência da população negra urbana deixaram marcas profundas na construção da capital maranhense oitocentista.

A pesquisa busca responder à seguinte questão: como os escravos reinterpretavam e ressignificavam os espaços urbanos por meio de suas práticas comerciais cotidianas nas ruas de São Luís durante o período imperial? O objetivo é compreender de que maneira essas ações aparentemente simples configuravam-se como estratégias eficazes de resistência, moldando as dinâmicas sociais e reconfigurando os significados do espaço urbano, mesmo em um ambiente marcado por rígidas hierarquias sociais e leis de controle. 

Reconhecer tais práticas como formas de resistência silenciosa permite ampliar a compreensão dos múltiplos modos de enfrentamento ao sistema escravocrata, ressaltando a habilidade dos escravos em desenvolver táticas de sobrevivência e redes de apoio. Essas redes, construídas a partir das interações proporcionadas pelo comércio nas ruas, transcenderam o plano econômico e se tornaram fundamentais para a articulação social dos escravizados.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - ***.576.943-** - SOLIMAR OLIVEIRA LIMA - NÃO INFORMADO
Interno - 332060 - GUSTAVO DE ANDRADE DURAO
Externa à Instituição - VIVIANE DE OLIVEIRA BARBOSA - UFMA