POR UM AMADO DESEJO DE CONEXÃO: ENTRE MEMÓRIAS E TESTEMUNHOS NA LITERATURA DE MULHERES NEGRAS ENTRE 1960 E 1980
Literatura. Memória. Testemunho. Mulheres Negras.
O presente trabalho é uma dissertação argumentativa, que aborda historiograficamente, a Literatura de mulheres pretas diante a sociedade ocidental domesticada pelo custo social do projeto político da colonialidade. Diante disso, utilizamos duas obras literárias, O Quarto de Despejo(1960) e Amada(1987), como objeto de estudo para pesquisa das dimensões socioeconômicas e culturais que o pensamento intelectual de Carolina de Jesus e Toni Morrison, respectivamente, são importantes para a fragmentação epistêmica do conhecimento eurocentrado com relação à ampliação de uma ontologia epistemologicamente preta. Entre 1950 e 1980, décadas do século XX, o pensamento negro social foi potencializado pelos intelectuais negros, de modo que percebemos com a pesquisa um momento histórico de passagem e transição, de uma literatura de mulheres negras subalternizada, para o advento de uma Literatura de mulheres negras conceitualmente respeitada, a ponto de se tornarem clássicos do pensamento intelectual. Passando de um lugar de insignificância para cânones. Esse momento histórico foi propício para a construção de redes de conexões simbólicas na contemporaneidade. Apresentamos em uma abordagem metodológica da História Comparada, às análises que fizemos sob o viés na História Transnacional, conectando as autoras, que apesar de escreverem de lugares sociais diferentes, Brasil e EUA; de certa maneira, falam sobre um mesmo problema social. O que iremos chamar de rede de comunicação política emancipatória, nos permitiu recuperar nos textos literários, resgatando a memória e Testemunho ocular, dos patrimônios históricos literários, que serão essenciais para a compreensão e manutenção de uma futura história, a História e Literatura das Mulheres Pretas na luta por direitos sociais. Utilizamos os seguintes referenciais teóricos, Sociedade e Cultura (2001) do Raymond Williams, Lembrar, Escrever e Esquecer (2009), Jeanne Gagnebin, Lugar de Negro (2022) da Lelia Gonzalez; além das fontes históricas, como o diário de Carolina de Jesus, que encontramos disponível na Biblioteca Digital Nacional, fontes iconográficas disponibilizadas em sites como o Instituto Moreira Salles ou Getty.Imagens e etc.